Mistura de muitas raças, de porte grande, médio ou pequeno, pelagem longa ou curta, pretos, brancos, amarelos, cinza, pintados, tigrados, eis o viralata, um cão forte, saudável, amigo.
Hoje chamado sem raça definida, ou seja SRD, o viralata é um cão formidável, que nada fica a dever aos cães de raça pura.
A mistura de raças favorece o fortalecimento desse tipo de animal, ao contrário daqueles de raça que muitas vezes carregam hereditariamente algumas características que os tornam sensíveis a determinados fatores ambientais ou genéticos como propensão a doenças de pele, olhos, alergias etc.
Do ponto de vista do temperamento os viralatas em geral são cães alegres e sociáveis.
Os de porte pequeno são ótimos cães de companhia, os de porte médio ou grande cumprem com galhardia a tarefa de guardiões de propriedades. Podem ser adestrados tal qual os cães de raça e, como são inteligentes, aprendem com facilidade o que lhes ensinam.
Alguns nasceram em casa, outros na rua. Outros ainda, são frutos de cruzamentos de animais de raça e assim sugem eles, os mestiços, que não deixam de ser viralatas.
Na maioria das vezes desprezados por não terem “pedigree”, que é o atestado de pureza de raça, eles sofrem muitas injustiças principalmente porque não têm valor de mercado ou não correspondem à vaidade de certas pessoas que gostam de ostentar seu cão “raçudo.”
Independente de quaisquer considerações, o viralata é uma presença constante em nossas vidas.
Muitos deles são conhecidos em todo o mundo porque se tornaram astros do cinema, outros pertencem à comunidade e são tratados pelos moradores de determinada rua, muitos são companheiros de pessoas infortunadas que vivem pelas ruas e outros ainda vivem em companhia de famílias que os adoram e são tratados a pão-de-ló.
Ser viralata não é problema. O triste é ser cão abandonado (e muitos de raça o são), passar fome e frio, não ter carinho, receber pontapés e pedradas.
O importante é ser bem tratado.
Afinal de contas ser viralata é ser como nós, povo brasileiro, mistura de muitas raças.
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