Pensar em inserir agentes patológicos no corpo de seu animal de estimação pode parecer uma ideia estranha, mas é justamente isso o que acontece na vacinação. Na verdade, assim como na imunização humana, as bactérias e os vírus contidos nas doses são enfraquecidos e servem apenas para estimular a produção de anticorpos pelo organismo do bicho. “Esses agentes criam uma memória imunológica. Desta forma, se o animal entrar em contato com o elemento causador da doença, ela ocorrerá de forma mais branda”.

Antes de aplicar as vacinas, é importante que um médico veterinário analise a condição de saúde do pet. “O animal pode estar com uma doença incubada”. Nesse caso, os vírus, mesmo enfraquecidos, podem agravar o quadro e é preciso realizar um tratamento prévio. “Os animais a serem imunizados devem estar com o estado de saúde perfeito. Por ser um produto biológico, a vacina pode fazer com que o bicho sofra uma reversão, que causa alguns sintomas da doença. Isso acontece, por exemplo, com as vacinas contra a gripe usadas em humanos”, compara o profissional.

Cronograma para seguir à risca

Ao adotar um bichinho de estimação, fique atento ao calendário de vacinação, indicado pelo veterinário já nas primeiras consultas. “Cães e gatos devem ser vacinados quando filhotes, antes de começar a frequentar as ruas. Assim, evita-se a contração de patologias que podem até ocasionar a morte”.

No caso dos cães, a primeira vacina pode ser tomada quando o animal tiver 45 dias. A V8 ou V10 costuma ser repetida outras duas vezes, com intervalos determinados pelo veterinário. O pet também precisa ser imunizado contra a raiva uma vez por ano. Outras vacinas importantes protegem da giárdia, da traqueobronquite ou tosse dos canis.

Os gatos também devem tomar a primeira vacina aos 45 dias: a tríplice ou quádrupla felina. Com intervalos de três a quatro semanas, elas protegem de doenças como rinotraqueíte, calicivirose, panleucopenia felina e Chlamydia psittaci. A vacina pode ser reforçada anualmente, em dose única, assim como a imunização contra a raiva.

Fique atento aos prazos para manter os bichinhos sempre saudáveis. “Quanto maior for o período de atraso, menor será a capacidade de proteção contra as doenças. Se isso ocorrer, o dono deve evitar levar o animal aos locais de risco de contaminação, como praças, parques, pet shops, etc.”.

Cuidados para escolher a clínica

Atenção: para proteger seu animal também é preciso analisar o estabelecimento e o profissional que aplicará as doses. Em 2010, muitos cães e gatos ficaram doentes e alguns chegaram até a morrer depois de tomar a vacina gratuita contra a raiva, em vários estados brasileiros. Para evitar casos como estes, todo cuidado é pouco.

“A escolha do local está ligada à presença de um médico veterinário, às condições de higiene, à forma de armazenamento do material e à credibilidade do laboratório fabricante”. De acordo com o profissional, é fundamental que o dono pesquise o histórico da clínica e verifique como as vacinas são acondicionadas. “São produtos biológicos, que precisam permanecer em uma temperatura adequada. Para isso, são necessários refrigeradores específicos”. A presença de um profissional, inscrito no CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária) é importante. É ele quem vai analisar o estado de saúde do animal e verificar se ele está apto a receber a imunização. “Além de estar atento ao lote e ao prazo de validade das vacinas antes da aplicação, o médico deve fornecer as orientações sobre as doenças que serão evitadas e possíveis reações”.

E então? Preparado para proteger o seu pet?

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